Soneto da devoção
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
VERSOS, VOTOS DE AMOR E NOMES FEIOS.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
Vinícius de Moraes
by VanGuedes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Soneto da devoção conquistou minha vida quando eu tinha 17 anos. Veio como um presente manuscrito numa folha de caderno, sem título e sem autor, dado pelo primeiro namorado. Este, já virou passado. Mas a paixão por "versos, votos de amor e nomes feios" será perpétua. Agradeço. Agora sou livre para devotar-me a quem eu quiser. É assim que eu amo.
Postar um comentário